No próximo domingo, 2 de março, a comunidade cinematográfica mundial estará voltada para a premiação mais aguardada do ano, o Academy Awards, ou Oscar.
No Brasil, com o Carnaval em pleno auge, muitos estarão nas ruas atrás dos blocos, enquanto outros se dividem entre acompanhar a cerimônia ou simplesmente ignorá-la. Mas, gostando ou não da premiação, o Oscar sempre encontra um jeito de aparecer.
O evento se infiltra na rotina das pessoas porque não se trata apenas de filmes. É um modelo perfeito de como chamar atenção no momento certo e se manter relevante por semanas, meses e, em alguns casos, décadas. “Quem quer aprender sobre influência e estratégia, seja no digital, nos negócios ou na vida, tem no Oscar um manual prático”, sugere Leonardo Oda, especialista em Marketing Estratégico e Inteligência.
Mais do que uma festa do cinema, o Academy Awards é um jogo de posicionamento e influência. E ele ensina três grandes lições sobre como se tornar inesquecível em um mundo onde a atenção é um recurso cada vez mais escasso: Quem aparece primeiro, domina a conversa; não basta ser bom, é preciso contar uma boa história; e, oportunidades desaparecem rápido para quem espera demais.
1. Quem aparece primeiro, domina a conversa
O Oscar não acontece apenas na noite da premiação. A disputa começa meses antes, com estúdios trabalhando nos bastidores para garantir que seus filmes sejam lembrados. Ali, o que define um vencedor não é apenas a qualidade da obra, mas o quanto ela consegue ocupar espaço na mídia antes da votação.
Isso não acontece por acaso. Existe um planejamento estratégico que envolve estreias em festivais de prestígio, campanhas publicitárias dirigidas aos votantes e ações para manter os filmes na mente do público. Assim, quem se antecipa e se posiciona antes dos concorrentes sai na frente.
Essa lógica se repete fora do cinema. No digital, no mercado e até no ambiente profissional, quem chega antes conquista espaço e define o tom da conversa. Nesse cenário, Leonardo Oda destaca que o tempo é essencial na construção da atenção. “O Oscar mostra como a atenção é construída em camadas. Em relação ao dia da cerimônia, a mídia tradicional coloca os holofotes no evento; depois, o digital amplifica e transforma isso em tendência. Quem entende esse ciclo consegue se posicionar no momento certo”, analisa.
Marcas que sabem reagir rapidamente a tendências e grandes eventos colhem os melhores resultados. No Oscar de 2022, o tapa de Will Smith em Chris Rock dominou a TV e os jornais, além de virar um dos assuntos mais comentados das redes sociais. As empresas que souberam aproveitar esse momento imediatamente viralizaram. Quem demorou, ficou para trás.
2. Não basta ser bom, é preciso contar uma boa história
Todo ano, grandes filmes são ignorados pelo Oscar. Alguns, anos depois, são reconhecidos como obras-primas. Outros, mesmo premiados, caem no esquecimento. O que diferencia os vencedores? Muitas vezes, não é apenas a qualidade do filme, mas a forma como sua história é vendida ao público e à crítica.
Os estúdios sabem disso e constroem narrativas estratégicas para que as produções sejam percebidas de forma única. Um diretor pode ser apresentado como um gênio visionário. Um ator pode ter sua história de superação amplificada. Um filme pode ser promovido como “o mais importante do ano”, mesmo sem ser o melhor. Tudo depende de como a mensagem é construída e entregue.
O mesmo acontece no mercado. Uma empresa pode ter o melhor produto, mas se não souber comunicá-lo, dificilmente conquistará o público. Um profissional pode ser altamente capacitado, mas se não construir sua marca pessoal, pode ser esquecido. Para Oda, o Oscar é um exemplo de como posicionamento e percepção importam tanto quanto o conteúdo. “Não basta apenas ter qualidade, é preciso garantir que sua história seja contada da maneira certa, para as pessoas certas, no momento certo.”
O filme brasileiro Ainda Estou Aqui soube aplicar essa lógica. Antes mesmo do anúncio oficial das indicações, já figurava entre os mais buscados no Google, gerando debates espontâneos nas redes sociais. O longa conseguiu ocupar espaço na conversa pública, garantindo que seu nome estivesse presente no momento da decisão. Resta saber o efeito disso na crítica.
3. Oportunidades desaparecem rápido para quem espera demais
A premiação hollywoodiana movimenta diversas indústrias além do cinema. O impacto na moda, na publicidade e no turismo é gigantesco. Marcas que sabem se associar ao evento ganham espaço e aumentam sua relevância, quando se preparam e reagem estrategicamente.
Empresas de moda exploram os looks do tapete vermelho como vitrine para tendências. Marcas de luxo aproveitam o evento para reforçar seu posicionamento. Até mesmo o setor de viagens vê um aumento na procura por roteiros inspirados nos filmes indicados. Quem entende o contexto e consegue encontrar um gancho relevante ganha exposição e fortalece sua presença no mercado.
Essa lógica vale para qualquer negócio e para qualquer pessoa. O “timing” define tudo. Oda alerta que muitas marcas e profissionais falham porque esperam demais para agir. Quando finalmente decidem entrar na conversa, o assunto já esfriou, a atenção já foi dispersa e a oportunidade foi perdida.
“Eventos de grande repercussão como o Oscar mostram que não basta aparecer — é preciso aparecer no momento certo. Quem chega atrasado fala sozinho. E no mercado, no digital e na vida, isso pode custar muito caro”, ressalta Oda.
Para fechar: O que o Oscar ensina além do cinema?
A premiação não é apenas um evento de Hollywood. É uma aula de influência e construção de atenção. No digital, nos negócios e até na rotina profissional, as mesmas regras se aplicam: quem chega primeiro domina a conversa, quem sabe contar uma história se torna inesquecível e quem demora para agir pode acabar esquecido.
O Oscar é mais do que um prêmio—é uma estratégia bem executada de posicionamento e impacto. Quem souber aprender com ele terá mais chances de não apenas ser visto, mas de ser lembrado.
Leonardo Oda resume bem: “O Oscar e o mercado funcionam da mesma forma. Não adianta ser bom se você não souber vender a sua história. Quem some, perde.”
No final, o que realmente define um vencedor não é apenas talento, mas a capacidade de se manter presente na mente das pessoas.