Contexto de ano pós-pandemia traz novas possibilidades de abordagem e ferramentas que podem intensificar vendas
A pandemia de Covid-19 provocou mudanças nos planejamentos em marketing digital, e a sempre tradicional análise de tendências para o mercado no ano a seguir tem um componente a mais para 2021. As consequências emocionais e financeiras fizeram com que profissionais precisassem pensar seus planejamentos sob uma ótica particular, como a sucessão de um período atípico tanto para os negócios quanto na vida particular de seus possíveis clientes.
No marketing digital, o “novo normal” para o setor, principalmente no B2C, já deu seus sinais: segundo o estudo publicado pela CMO Survey em junho, feito a partir de levantamentos com profissionais de marketing, 84% dos consumidores se declararam mais abertos às experiências de comércio digital, mas 67,2% ressaltaram que pretendiam diminuir o volume de compras, sendo que 43,3% só consumiriam se houvesse alguma promoção ou abatimento de preços.
Ainda assim, o período de fim de ano, com Black Friday e compras de Natal, mostrou perspectivas de crescimento. A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) prevê um aumento de 18% no faturamento do e-commerce do ano em relação a 2019, com um volume financeiro superior a R$ 106 bilhões.
A expectativa é de evolução nos negócios. Ainda conforme o estudo da CMO Survey, o comportamento de relutância do consumidor deve durar de 6 a 12 meses – 2021 será, portanto, o momento de retomada. “É inegável que houve maior volume de experiências de clientes no digital, e esse é um caminho sem volta. A tendência é o mercado aproveitar esse crescimento e explorá-lo de forma mais efetiva, com ferramentas e soluções adequadas a estes novos perfis de consumidores”, analisa Arthur Brognoli, desenvolvedor de negócios da Clint, marketplace que intermedia empresas, ferramentas digitais, agências e consultores, para desenvolvimento de projetos e soluções digitais.
Para além do varejo, o marketing digital terá um período de readequações, seja pelas formas de abordagem a possíveis clientes, seja pelas possibilidades de ferramentas e soluções à disposição. Abaixo, cinco tendências que profissionais do segmento e interessados em investir em marketing digital devem estar atentos para um atípico ano novo:
Adaptação ao “novo normal”
É inegável que o contexto da pandemia mudou hábitos de consumo. “As relações comerciais, especialmente com o digital, mudaram em definitivo”, ressalta Brognoli. As vendas, geralmente focadas em períodos específicos (como a Black Friday) ou para um público pré-definido, agora se tornaram mais usuais e dentro do cotidiano de um grupo maior de possíveis consumidores, principalmente para o B2C. “Se esse público está inserido no mundo digital, é também no mundo digital que devemos alcançá-lo. Para isso a abrangência de uma estratégia de vendas deve ser maior, como nas redes sociais, mas com ações bem definidas para cada canal”, pontua.
Aumento no investimento em inteligência artificial
Chatbots e atendentes virtuais são apenas o início das muitas possibilidades em que a inteligência artificial poderá atuar na relação com o consumidor. “Esses recursos tornam a experiência do usuário cada dia mais otimizada, e a tecnologia tem tornado esses auxílios mais efetivos”, explica Brognoli. Embora não sejam uma novidade, os recursos de IA vieram pra ficar, com processos de machine learning cada vez mais sofisticados e que tornam a interação mais precisa. “São muitos benefícios, desde a geração de leads, a partir da coleta de dados, até a possibilidade de ter sua empresa em operação em tempo integral”.
Relacionamento com o usuário/consumidor
Outra tendência que não chega a ser totalmente nova, mas que a cada ano tem suas possibilidades aumentadas: o marketing interativo. Adicionar elementos de contato direto em sites e redes sociais é agregar valor às visitas, além de poder ser uma fonte de retenção de dados. “Tudo aquilo que torna a experiência mais personalizada traz um duplo benefício. O consumidor sente-se mais prestigiado, e como consequência a empresa terá como otimizar possíveis envios de ofertas e newsletters”.
Abordagem de nichos específicos
O marketing de influência é uma tática bastante difundida e efetiva, mas há maneiras de aprimorá-lo. A tendência de especialistas é também investir nos chamados “micro influenciadores”, com seguidores mais fiéis e segmentados – ao invés de pensar em atingir um público muito amplo, pode-se focar em quem a taxa de conversão será mais efetiva. “Isso torna mais fácil encontrar públicos-alvo, quem realmente está interessado em seu produto ou serviço. Um primeiro passo é entender quem são esses micro influenciadores em sua área de atuação e como eles abordam este público que lhe interessa”.
Explorar recursos visuais
Fotos e vídeos têm grande apelo com o público, e 2020 mostrou como recursos de imagens tendem a se reinventar constantemente. As lives foram grandes geradoras de conteúdo no ano, com grandes marcas apostando em programas de produção robusta na Black Friday, por exemplo. Também é um caminho sem volta: além do You Tube, do Instagram Live e do Facebook Live, para ficar nas plataformas mais usuais, até o LinkedIn tem possibilitado gerar esse tipo de conteúdo. “É preciso entender a capacidade de identificação e a acessibilidade de cada uma delas, para saber em qual seu resultado será mais efetivo”, completa Brognoli.
Fonte: https://www.mundodomarketing.com.br/artigos/arthur-brognoli/38987/marketing-digital-5-tendencias-para-ficar-de-olho-em-2021.html <Acesso em: 05/01/21>