A autogestão não é uma novidade no mundo dos negócios, mas ficou mais valorizada a partir das mudanças nas rotinas de trabalho
Houve um tempo em que as empresas pouco se importavam com a autonomia de seus colaboradores. Era o tempo do departamento pessoal com suas preocupações meramente burocráticas para contratar, emitir contracheques, pagar salários, marcar férias e demitir funcionários. E não havia incentivo para uma gestão mais participativa.
Isso começou a mudar quando a gestão de pessoas entrou em cena. Com ela, vieram também a busca pela qualidade total e outros processos visando maior produtividade nas empresas. Uma nova visão da cultura organizacional ganhou espaço, junto com um modelo horizontal de organização das equipes.
A autogestão é fruto dessa mudança, quando outras competências e habilidades, além do domínio de um ofício, passaram a ser consideradas essenciais. Mais que isso, passaram a ser valorizadas.
Na pandemia de Covid-19, a autogestão se mostrou uma forte aliada dos gestores diante da necessidade de trocar o trabalho presencial pelo trabalho à distância. Ficou estabelecida uma relação de confiança, e conceitos como Anywhere Office e Nômade Digital passaram a fazer parte do dia a dia. Tudo isso sem o receio de que o trabalho seria mal feito ou nem seria executado porque o colaborador não estaria nas dependências da empresa.
Mas não é só dentro de uma empresa que a autogestão faz diferença e contribui para a entrega de tarefas no prazo e com a qualidade esperada. Mais gente precisa de autogestão para obter melhores resultados!
As “eugências” e os produtores de conteúdo, que atuam no Marketing Digital por conta própria como MEIs (Microempreendedores Individuais), por exemplo, podem se tornar melhores prestadores de serviço. Assim, podem qualificar seu trabalho e até aumentar sua carteira de clientes adotando hábitos e rotinas de autogerenciamento.
É o que você confere a seguir.
O que é autogestão?
A palavra “autogestão” é quase que autoexplicativa (sem trocadilho). Mas pode-se dizer que autogestão é a capacidade do profissional, seja ele funcionário ou empreendedor, de ter controle total para definir sua rotina de trabalho, mas com responsabilidade para garantir as entregas com qualidade e no prazo e sempre levando em conta a cadeia de produção – isto é, ciente do impacto que seu trabalho causa na rotina de outros envolvidos no processo produtivo.
E isso vale para os prestadores de serviço também. Na produção de conteúdo, por exemplo, um post entregue com atraso, por falta de uma autogestão eficiente, influencia na rotina do editor do blog e da equipe que faz a divulgação pelas redes sociais e por email. Ou seja, é ruim para todas as partes e pior para o produtor de conteúdo.
Em resumo, a autogestão tem a ver com autonomia e liberdade de agir. Nas empresas que incentivam a autogestão, a presença do chefe é quase invisível. O colaborador acaba sendo uma espécie de “líder” de suas tarefas, sempre seguindo diretrizes pré-estabelecidas de como o trabalho deve ser executado e como a relação hierárquica deve ocorrer.
E para você, “eugência” e “frila” de conteúdo, um aviso: ter autogestão não é uma questão de ser organizado. Uma mesa com tudo no lugar não define o profissional autogerenciado. Existem outras características que moldam uma rotina com autogestão.
10 características para adotar a autogestão (além de ser organizado)
- Ter uma rotina de controle de tarefas: a autogestão não vai funcionar sem que você saiba exatamente o que precisa fazer a cada dia.
- Estabelecer seus processos produtivos: tire proveito da autonomia e crie sua metodologia de trabalho (documente!) – por onde começar, como executa, onde trabalha, quando faz o quê.
- Desenvolver capacidade de administrar melhor o tempo: uma das mais importantes peças na engrenagem da autogestão e que atesta se você sabe mesmo se autogerenciar e é capaz até de antecipar a entrega de tarefas.
- Ter capacidade de definir prioridades: quando tudo é importante ou para ontem, é grande a chance de você entregar um produto ou serviço de baixa qualidade.
- Definir metas claras: ser realista quando definir as metas na autogestão (em todo o processo) é essencial para não correr o risco de frustrar as próprias expectativas.
- Dizer não sempre que necessário: como prega o “essencialismo”, dizer não é fundamental em diferentes situações e faz parte do processo de autogestão na medida em que você tem controle total de suas tarefas, prioridades e seu tempo.
- Ter sempre um plano de ação: coloque no papel (literalmente) qual seu plano de ação para adotar a autogestão no seu dia a dia, incluindo suas necessidades para a nova rotina (internet melhor, uma cadeira mais confortável…).
- Ter proatividade: autogestão e proatividade caminham juntas e sua rotina não pode ser passiva, esperando demandas caírem no seu colo ou na sua caixa de emails. Na autogestão, em muitos casos, o profissional é quem cria as novas demandas – o que vale para os prestadores de serviços no Marketing Digital na relação com seus clientes.
- Criar rotina de avaliação do trabalho: outro item que não pode faltar na autogestão é a autoavaliação da rotina e das entregas para fazer ajustes e melhorar processos (até o horário de trabalho pode ser alterado, se necessário).
- Observar rotinas e necessidades de colegas e clientes: quem aplica a autogestão na sua rotina não é uma ilha e, assim, precisa estabelecer uma comunicação frequente com os demais envolvidos no processo para estar ciente das suas responsabilidades e do impacto de seu trabalho.
Dicas para uma rotina de autogestão eficiente
Não existe um modelo único de autogestão, e sua aplicação não está restrita a nenhum segmento nem nenhuma profissão. Por isso, é possível que você, funcionário, mas especialmente “eugência” e “freelas”, possam desenvolver as características da autogestão e aplicá-las na rotina.
Para ajudar no processo, especialmente na questão do controle de tarefas e gestão de tempo, reunimos algumas dicas de apoio para os primeiros passos da autogestão. Confira!
Organizar e visualizar tarefas
Opções não faltam para você organizar e visualizar (o que também é importante) suas tarefas.
Se quiser colocar no papel, você pode recorrer à boa e velha agenda (preferencialmente aquela semanal). Ou pode recorrer a um modelo de planner, que está cada vez mais na moda. Nos dois casos, é importante ter uma rotina para organizar as tarefas e sempre riscar quando uma estiver concluída (isso é um item motivacional importante).
Mas você pode recorrer ao Trello e outras plataformas online similares de gestão de tarefas. Existem possibilidades infinitas de organização, mas optar pelo básico das três colunas (Fazer, Em Produção e Feito) já ajuda bastante na autogestão. No caso das “eugências” e dos “freelas” de conteúdo, a única questão é decidir criar um Trello único ou um para cada cliente.
Por fim, outra opção para organizar tarefas é usar o esquema de mapa mental. É uma ótima forma de visualizar todas as necessidades (e possibilidades) de uma tarefa (produto ou projeto). Existem opções online, mas nada impede de optar pelo papel.
Rituais e hábitos
A autonomia proporcionada pela autogestão permite que você crie seus próprios rituais de trabalho e desenvolva hábitos que ajudem no cumprimento das tarefas. É quase como criar sua própria jornada do herói que leva até o resultado desejado. O objetivo é manter o foco e a concentração e para isso vale também recorrer à música descobrindo ou criando playlists inspiradores.
Exemplo: Playlist da Jornada do Herói para um dia produtivo, que reúne canções de filmes em que o protagonista tem dificuldades, mas alcança seu objetivo. Estão lá Alta Fidelidade, Quase Famosos, Tudo Acontece em Elizabethtown e Jerry Maguire. Este post, por exemplo, foi concluído ao som dessa playlist.
Mudanças de ambiente
Outra das opções que o profissional que trabalha com autogestão tem é a mudança de ambiente sempre que julgar necessário. Quem trabalha em home office, por exemplo, pode ser “expulso” de casa em dia de faxina ou porque acabou a energia elétrica ou caiu a internet.
Mas a troca de local de trabalho pode ser motivada pela busca de maior concentração e inspiração. Às vezes, a produção de conteúdo trava e você precisa tentar de tudo para fazer o texto fluir. E a solução pode estar num coworking, por exemplo, com mais concentração e menos distrações.
Falando em coworking, você já pensou em investir na cocriação? Parcerias são uma ótima forma de aumentar a produtividade no Marketing de Conteúdo, por exemplo.
FONTE: https://resultadosdigitais.com.br/marketing/autogestao/