Estudos e pesquisas sobre o setor mostram quais as principais perspectivas, assim como composição e evolução no mercado de indústrias alimentícias no Brasil
A Indústria da Alimentação representa aproximadamente 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e, por isso, um dos principais termômetros da economia nacional já que os preços praticados impactam diretamente na inflação. Além disso, este é um dos setores que mais empregam pessoas no país e está diante de um mercado cada vez mais exigente, que prioriza preço, produtos saudáveis e processos de fabricação com o menor impacto possível no meio ambiente.
No Brasil, a Indústria de Alimentos conta com cerca de 36 mil empresas, seja de origem nacional ou internacional, com amplo domínio de microempresas fabricantes (80%) contra quase 2% de grandes companhias, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), com dados de 2017.
Entre as regiões do país com maior concentração de fábricas de alimentos, o Sul e o Sudeste se destacam, levando em consideração a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) feita pela última vez em 2016 pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Na época, São Paulo e Minas Gerais apareciam com 16% cada, enquanto o Sul do Brasil reunia aproximadamente 10% das unidades fabris. No Nordeste, os estados da Bahia e de Pernambuco apresentavam naquele ano 5,1% e 4,9% de participação, respectivamente.
A indústria alimentícia é grande empregadora de mão de obra e responderam por 13 mil novos postos de trabalho em 2018. Já no ano seguinte os players de alimentos contribuíram menos, com queda de 0,7% na geração de empregos entre janeiro e março, se comparado ao mesmo período de 2018, segundo a Abia.
As empresas fabricantes de produtos alimentícios e bebidas registraram, em 2018, R$ 656 bilhões, aumento de 2% em comparação ao ano anterior, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Os cálculos referentes ao faturamento incluem vendas no mercado interno (R$ 524,7 bilhões), assim como receitas de exportações (US$ 35,1 bilhões), que representam 9,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
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Entre os produtos alimentares de maior apelo no Brasil, os derivados de carne geram o maior faturamento da indústria brasileira de produtos alimentares. De R$ 100,8 bilhões em 2013, para R$ 145,3 bilhões em 2018, seguido pelos segmentos de óleos e gorduras; salgadinhos, sorvetes e temperos; derivados de trigo; e derivados de frutas e vegetais.
Nos primeiros meses de 2019 a indústria da alimentação permaneceu estável em relação ao faturamento já que, entre janeiro e março, o total mostrou aumento de 0,85% em relação ao mesmo período de 2018. Os preços dos alimentos mostram a instabilidade econômica do país pois a comparação entre maio de 2018 e o mesmo mês de 2019 mostra que o custo da cesta básica de alimentos subiu e os maiores índices foram registrados nas capitais Recife (24,23%) e Brasília (20,43%).
Nas últimas décadas os brasileiros mudaram de comportamento principalmente os consumidores de grandes centros. Fazer refeições em casa é cada vez menos comum e esta realidade contribui com o crescimento da demanda por restaurantes, fast food, lanchonetes, padarias e outros pontos de venda de alimentos.
Outro fator determinante para a expansão do foodservice é o sistema delivery feito por aplicativos, que contribuiu para que, nos últimos 10 anos, esses canais registrassem aumento anual médio de 11,5% em compras da indústria da alimentação.
Todo ano a indústria faz investimentos em inovações para categorias e produtos e recentemente o foco passou a ser diminuição de gordura e sódio nos ítens produzidos pela indústria alimentícia. Por outro lado, as embalagens precisam prorrogar o prazo de validade, ser compatível com o micro-ondas, sem deixar de utilizar materiais ecológicos e recicláveis na sua composição.
Em 2019, a perspectiva da indústria brasileira de alimentos, segundo a Abia, era aumentar de 2,5% a 3% a produção e entre 3% a 4% as vendas durante o ano. De acordo com dados da Euromonitor, o mercado brasileiro de alimentos e bebidas saudáveis somou R$ 93,6 bilhões em vendas em 2018, com previsão de R$ 110 bilhões para 2019.
Nos últimos cinco anos, as vendas destes itens avançaram 12,3% em média, com previsão de expansão de 4,4% por ano, até 2021. Os alimentos orgânicos estão incluídos nas tendências, apesar dos preços altos restringir o acesso a todos os perfis de consumidor.
Fonte: < https://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/pesquisa/38551/tendencias-de-mercado-para-a-industria-de-alimentos-em-2020.html > Acesso em: 18/02/20 ás 09h30.